“Os músicos utilizam
de todas as liberdades
que podem”
(Ludwig
Van Beethoven).
Muitas vezes escutei “Sonata ao Luar”
de Ludwig Van Beethoven e, há indícios, não foi assim chamada pelo próprio
quando a compôs.
À bem da verdade, nunca fui um conhecedor
de Beethoven, mas esse extraordiário músico alemão, junto com outros autores e
compositores da música clássica, se fizerem presentes em minha vida durante
anos.
Em minha infância e parte da
adolescência, um piano baú e um violão Del Vecchio (uma das melhores acústicas
que conheci, guardada minha limitada história musical), faziam parte do acervo musical de minha casa.
Mas, a história, as andanças, as
lutas, as opções, os lugares que passei e o lugar que escolhi ficar me levaram,
fisicamente, cada vez mais longe daquela casa, daquele piano e daquele violão.
Deles, talvez algumas das músicas
que essa Lona Furada de Circo e o saudoso ArcaMundo (http://arcamundo.blogspot.com, onde
escrevi durante um tempo) tenham sido compostas em parceria deles: o piano (“Os
sinos de Londres”) e o violão (as canções do também saudoso Afã, a banda de
rock deste andarilho e aprendiz de Lutador do Povo).
Também as memórias, já decantadas
neste picadeiro, as quatro mãos no piano, a tocar “Asa Branca”, com mainha.
Beethoven,
segundo um de seus críticos mais sérios, resumiria sua obra como expressão de liberdade:
política, artística, de escolha, de credo e de outros aspectos da vida. E é
incrível como as inspirações subjetivas sempre se fazem presentes em nossa
vida.
A melodia
de Beethoven, em minha casa em São Paulo, tocada por mainha possivelmente
inspiraram-me justamente a busca pela liberdade. Não uma liberdade individual
(ainda que assim ela tenha começado), mas a liberdade do povo que, para ser
livre, precisa também da arte... da música...
Mesmo clássica
(aos ouvidos da nossa desqualificada indústria cultural e seus produtos
lançados no mercado “sonográfico” que martela nosso ouvidos todos os dias), a
música de Beethoven é revolucionária. Até porque parte dela foi composta quando
sua saúde o “aprisionava” naquilo que, certamente, tentava torturá-lo: a
surdez.
Há, na
minha vida, lições diretas, indiretas (mas presentes) e subjetivas em meus
aprendizados de Lutador do Povo. E espero que continue assim: de repente, um
novo aprendizado.
Vendo
mainha (a quem o tempo, a distância e as idéias nos “desaproximou”), mesmo que
na contradição do silêncio de nossos contatos, aprofunda minha certeza de estar
na luta certa, na trincheira justa, ao lado de bravos Lutadores e Lutadoras de
Povo (termo que não me canso de falar)... assim como o silêncio fez da música
de Beethoven sua, bem possível, mais importante contribuição à história da
humanidade...
Viva
Beethoven!
Viva
Mainha!
Venham
Todos!
Venham Todas!
(sssshhhiiii....
ela vai começar...)
Vida
Longa!
Marcelo “Russo”
Ferreira
Muito linda interpretação de sua mainha Marcelo. Parabéns! Adorei.
ResponderExcluirSaudades. Um grande abraço.
Olá, querida Borboleta...
ResponderExcluirSaudade imensa de ti, de Du, de Luka, de Camilo...
É a música em nosso picadeiro.
Abreijos a todos/as
Há braços!
Essa música nos convida a uma introspecção relaxante(rs...). Nos faz refletir, sonhar, amar... Tudo, devidamente de olhos fechados. Nietzsce era quem realmente tinha razão: “A vida sem a música é simplesmente um erro, uma tarefa cansativa, um exílio”. Que a boa música inunde alma do mundo! Que a "revolução" dê-se através da poderosa via possível, a música.
ResponderExcluirsalve, Salve, caríssimo Paulo Fernandez.
ResponderExcluirSeja muitissimo bem vindo ao nosso circo...
E disseste algo que tocou a todos nós, apredizes de lutadores do povo de nosso humilde picadeiro: que a revolução dê-se através da poderosa via possível, a música.
Não há revolução sem musica.
abraçs
Há braços